domingo, 23 de maio de 2010

redundância

composição gráfica daqui







Ser redundante reforça
Ser redundante redunda
Ser redundante é excesso
Sobejo reincidente
Verdade reafirmada
Ou mentira sobreposta

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

fotocomposição com imagens do google









O gato sacode a pata
Que molhou de improviso
O gato não sabe ler
E por esse não saber
Ficou sem compreender
O que estava no aviso

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

tua ausência









fotocomposição com imagens do google

A leitura atenta
De um bilhete dado
No meu entender
Só deve ser feita
Em tom reservado

Que me interessa a mim
Ler o que me escreves
Quando estás presente
Se posso guardar
Para desfrutar
Noutra ocasião
As palavras que
Pela tua ausência
Negadas me são

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terça-feira, 11 de maio de 2010

Papa,Bento!


foto do google intervencionada

Papa, Bento!
Dezasseis colheres de sopa:
Uma para Nossa Senhora
Três para os Pastorinhos
Todas as outras que sobram
Vão para os
Outros Meninos

perdido


.................................................do google

Bêbado de sono
Às apalpadelas
Procura encontrar
Sem abrir os olhos
Objectos conhecidos
Bússolas regulares
Sinais permanentes
Do tempo e do espaço
Que é o seu
E por estranho que pareça…
Tropeça

Anda como se voasse
De asas cortadas
Cambaleia trôpego
Como uma criança
Torna-se convexo
Ajustando-se
À concavidade cama
Feita concha
E por estranho que pareça…
Descansa

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

vestido amarelo


Elle/Moda, foto: Sérgio Nascimento

Vestes o vestido amarelo e sorris
Pões o batom vermelho e olhas no espelho
Balanças a saia rodada e dás uma volta
Prendes na cintura o lenço bordado
Levantas o queixo e em passo solto
Alongas as pernas nas meias de seda

Transbordas sensualidade!

Avanças no tempo devagar
E sem reservas
Lentamente
Apressas o passo
No percurso intemporal
Do amor que adivinhas encontrar

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

telhados de vidro


Poema enviado a concurso em 1985
obviamente não seleccionado

Não se fechem as gavetas entreabertas
Para que se limite a poesia
A um número restrito de poetas

Abram-se as gavetas que ocultam poesia
E leia-se alto os poemas escondidos
Todo o poeta tem a importância de ser gente
Não tendo que ser diferente
Nem pertencer aos escolhidos

Não se criem critérios
De exclusão permanente ou inclusão vitalícia
Abram-se os olhos à melodia das palavras
Estética sentida dos sentidos do poeta
E porque por vezes os telhados são de vidro
Não metam este poema na gaveta

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domingo, 2 de maio de 2010

sei um ninho


Hoje captei esta imagem de um ninho de andorinhas e logo
me veio à memória o "Segredo " de Miguel Torga

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

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